quinta-feira, novembro 05, 2009

canção de enganar o vento II *

eu bem te disse que havia desvios
e nem todo caminho leva ou conduz
que as flores na ribanceira pendem
se ruflam e se riem daquele abismo

eu bem te disse pequenas verdades
tolas todas em formato de petiscos
embrulhadas em papel fino e barato
feito sortilégios de alguma cigana

eu bem te disse e fiz disso oferenda
como esse corpo vazio que se esquece
esse destino sem rotas, sem bússola
o tropego desafio de querer resistir

eu te disse quase tudo que já sabias
e lancei ancora neste terno desterro
valseando em velas e quilhas e portos
sendo relâmpago inútil do que é pouco

* retirado de mileumpoemas.blogspot.com

Um comentário:

Moacy Cirne disse...

Um bom poema, cara. Vou espiar o outro blogue. A árvore da poesia, no seu caso, é bastante frondosa.

Um abraço.