quinta-feira, julho 19, 2012

auto de acontecimento para o amor de rude extravio


(ou quando a flor enfeitiça de visgo o suor das retinas)

ficou o não dito
a palavra enviesada
a nódoa no verso

o teu visgo de princesa
era fábula e se acabou

a nuvem brandiu seixo
a brisa atiçou vendaval

a fonte fez água e mágoa
como a cica que magoa

ficou o não dito
a palavra de acontecer
o que se foi do vir a ser

8 comentários:

Everson Russo disse...

Muitas vezes deixamos esse não dito sobrepor todos os sentimentos...abraços de bom dia.

Joelma B. disse...

tua voz surge sempre que te leio, Assis...rs! nem precisas gravar áudio!

Beijinho, mestre do encantamento!

Tania regina Contreiras disse...

Ah, a brisa atiçando vendaval: imagem poética fabulosa! Continuarei a sentir mil e um arrepios, para sempre, ao te ler.

Beijos,

Bípede Falante disse...

Se ficou é porque ainda germina.
Beijoss

Daniela Delias disse...

Ficou, ficou, ficou
e fez-se verso...

Beijo, cheiro

Anônimo disse...

Porque o não dito é mesmo o que mais marca e fere.

Beijo.

Luiza Maciel Nogueira disse...

e é lindo o vir a ser que sempre se fica a espera do que virá

beijos!

Ira Buscacio disse...

a palavra não dita quase sempre se arrasta e muitas vezes eternamente.
bj