segunda-feira, agosto 12, 2013

A última lágrima de Capitu

Desde o tempo em que não existias
Já me eras a inalcançável estrela
Aquele rasgo no céu

Tu bem sabes que não existias
Nem mesmo no poema
Como uma palavra condenada
Também não me vinhas

Desde o tempo em que não existias
Contemplo aquele quadro de Monet
Pejado de nenúfares

Desde o tempo em que não existias
Compartilho este destino de águas
Aprisionadas em faces de pedra

8 comentários:

Lídia Borges disse...


Dom Casmurro? Machado de Assis?

Tenho tanto o que aprender!

Escusado será dizer que é um poema à altura de outro Assis que não o Machado.
Este que aqui leio para deleite dos olhos e da alma.

Um beijo

Unknown disse...

do que existe e da presunção de existir: onde começam e acabam os nossos próprios medos?

há espelhos na literatura que se fazem inquebravelmente imortais na sua intemporalidade.

abraço, assis!

José Carlos Sant Anna disse...

Acho que não há limites para o teu lirismo, Assis. Pelo menos dissimula o teu olhar...
Abração, poeta,

Cris de Souza disse...

Fabuloso!

Beijo, mestre.

Mar Arável disse...

... e já é tanto

na vinha do verso disse...


este
belo demais

vinho de longa guarda
a ser degustado
até a última lágrima

abs mestre

dade amorim disse...

Sempre um lindo poema!

Beijo.

ÍndigoHorizonte disse...

Es bello soñar, ¿verdad?